História

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É uma das mais importantes freguesias do Concelho. Com quatro mil habitantes, tem uma longa história, desde que foi concelho independente até aos dias de hoje, em que é uma vila moderna e virada para o desenvolvimento através, principalmente, dos novos projectos turísticos que se avizinham. A vinte e sete quilómetros da sede do concelho, encontra-se na margem direita do rio Sor.

Segundo a "Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira", em meados deste século era composta pelos seguintes lugares e lugarejos: "Abertas, Aldeias das Sebes, Anta, Antas, Arrão, Asseiceira, Barreiras, Beirão, Bernardo, Biquinha, Caniceiras, Cavaleiros, Courela, Embardez, Farinha Branca, Fazenda, Formosa, Foros, Freixo, Gavião, Lavachos, Leitões, Maltins, Marouca, Mocho, Moitinhas Novas, Montalvo, Monte, Montinho, Parceiros, Paúl, Pedra Furada, Pego da Caldeira, Pernancha, Pintadinho, Pintado, Pipa de Cima, Porto de Santarém, Portugal, Quinta da Pernacha, Rasquete, Recochina, Sagola, Sanguinheira, Telheiros e Vale. Uma curiosa lista que, por motivos óbvios, sofreu desde então uma grande desactualização.

O povoamento de Montargil remonta à época pré-romana. Em alguns locais da freguesia, como na serra de Montargil, apareceram nos últimos anos alguns objectos em cerâmica e sepulturas romanas. Em S. Martinho, na margem esquerda do rio Sor, surgiram vestígios de uma antiga povoação, que pela sua configuração deveria ser do tempo dos lusitanos, logo pré-romana. No lugar das Mesas, foram encontrados restos de um estrada lageada, que porventura pertencia à via romana que de Lisboa se dirigia para Mérida. O facto de passar por Montargil demonstra a importância que, já naquela altura, o imperial povo votou à freguesia.

A sua fundação, como freguesia, remonta aos primeiros tempos da Monarquia. Foi instituída por D. Dinis em 1315, que lhe deu carta de foral. O seu nome é descrito da seguinte forma pelo "Álbum Alentejano" de 1937: "Mont'Argil ou Monte Argil deve ter sido o seu primitivo nome. O primeiro encontra-se muitas vezes citado em documentos antigos, o que nos leva a crer ter sido ele o verdadeiro que, com a corrupção do tempo, se transformou em Montargil. Outros, como Pinho Leal, dizem que o seu primeiro nome foi Monte Argel, e vinha a ser Monte do Infeliz, porque no antigo português argel significava infeliz, desgraçado, mofino. Outros pretendem que é corrupção de Monte Argila, o que é mais crível, visto a constituição geológica do terreno em que assenta ser de barro.
Na França há uma cidade que se chama Montargis. Pinho Leal diz que talvez algum aventureiro francês, dos muitos que vieram a Portugal buscar fortuna nas guerras contra os mouros, fosse de Montargis, e, ou por ser senhor desta povoação ou por ser 
daquela cidade francesa, impusesse o seu nome a esta vila. Esta versão é também de aceitar se acreditarmos que Montalvo do Sor, onde Alexandre Herculano diz ter-se estabelecido uma colónia de francos nos primeiros tempos da monarquia, é Montalvo, junto ao Sor, que fica nas proximidades daquela vila, visto que não é conhecida qualquer outra povoação com este nome em toda a extensão banhada pelo rio".


A nível administrativo, Montargil foi extinto como concelho em 1855. A freguesia passou então para o concelho de Avis e, a partir de 1871, para o de Ponte de Sor. Desempenhou papel importante no desenvolvimento da povoação a construção da linha de comboio, que constituiu inclusivamente um dos argumentos utilizados pela população para o seu desejo de se fixar no concelho de Ponte de Sor. Até ao século XIX, pertenceu à província do Ribatejo, a partir daí foi integrada no Alentejo.


Em termos eclesiásticos, Montargil foi um priorado da apresentação da mesa da Consciência e Ordem. Esta apresentava prior, que tinha de rendimento duzentos mil réis por ano. Uma quantia significativa, se compararmos com as restantes freguesias das redondezas, que demonstra de novo a importância que a esta freguesia foi dada ao longo dos séculos. Até 1834, data da extinção das ordens religiosas, a, paróquia de Montargil iria ser largamente beneficiada pela Ordem de Avis.

Nas "Memórias Paroquias" de 1758, ordenadas em todas as igrejas do País, o pároco local localizava da seguinte forma esta freguesia: "Está situada em um alto, em o qual principia a Serra, que em seu lugar se dará conta; deste alto se descobrem as vilas das Galveias, que dista três léguas (...) Tem seu termo, que consta de oitenta e uma herdades, em as quais se compreendem cento e oitenta e seis vizinhos e setecentas e noventa e duas pessoas; não tem aldeia alguma ou lugar".

Em termos patrimoniais, destaque para a igreja matriz. Situada na parte mais alta da povoação, tem uma frontaria com largo respaldo recortado e cruz entre as duas volutas, torre à esquerda com quatro olhais e remate de coruchéu. O interior é de uma só nave, com altar-mor do século XVIII e capela dedicada ao Senhor dos Passos. Os estuques e as decorações são de alvenaria. O coro é em madeira e a janela da sacristia tem uma bela grade, de ferro forjado seiscentista. Do espólio do templo, merece uma palavra uma imagem de S. Pedro, de madeira, vários paramentos em madeira, uma custódia de prata da Renascença e duas navetas de prata e turíbulo, três cruzes processionais, tudo do século XVII.

Merece menção importante no presente da freguesia a barragem de Montargil. Foi um dos maiores empreendimentos desta região nos últimos anos, que deu emprego, durante a sua construção (entre 1951 e 1958) a milhares de pessoas. A albufeira estende-se ao longo de vinte quilómetros e tem uma capacidade de cento e cinquenta e cinco milhões de metros cúbicos de água. Inaugurada oficialmente em Maio de 1959, possibilita a prática da pesca e de uma variada série de desportos náuticos.

Ao longo dos tempos, Montargil foi a mais rica e importante freguesia de todo o concelho. Por um lado, o seu termo era o maior de todos, por outro aqui viviam famílias muito ricas e com imensos territórios, que dinamizavam a sua vida económica. Os Rolim de Moura (que foram donatários da freguesia), os Amorirn e os Mellos (de onde saíram os Viscondes de Montargil), são dois bons exemplos do que acabamos de afirmar.

O brasão da vila, segundo a aprovação da Associação dos Arqueólogos Portugueses, é o seguinte: Brasão: escudo de verde, pálio de prata carregado de uma flor de lis de azul e brocante a uma faixa ondeada de prata e azul de cinco tiras; em chefe, ramo de sobreiro de ouro. Coroa mural de prata de quatro torres. Liostel branco, com a legenda a negro, em maiúsculas: "Montar- gil". Bandeira: esquartelada de azul e amarelo. Cordão e borlas de ouro e azul. Haste e lança de ouro.- Selo: nos termos da Lei, com a legenda: "Junta de Freguesia de, Montargil - Ponte de Sor".

Informação Geral

JUNTA DE FREGUESIA DE MONTARGIL

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Telefone: 242 900 050 / E-mail: geral@montargil.pt

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Capela de São Sebastião

Situada no centro de Montargil, com construção do século XVIII.

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